Capítulo XIII

OS RIDÍCULOS IV
A MENINA PROBLEMÁTICA
Sendo ainda muito nova, tinha de tomar uma decisão que poderia prejudicar o relacionamento com um dos progenitores.
Como vivia com a mãe, normalmente ia com ela e a nova família ao culto de domingo. Quando visitava o pai, ia com ele e com a sua família ao culto.
Mas desta vez o caso era mais complicado.
Em ambas as comunidades, a reunião deste domingo era dedicada à família.
Com quem iria?
Com a família do pai? Com a da mãe?
O melhor era irem todos à mesma reunião, pensou ela na sua ingenuidade, assim evitaria problemas.
Mas como os adultos são uns complicados, não aceitaram a sua proposta.
Mas afinal quem é a minha família, pensou a menina.
O pai e a mãe, evidentemente. Mas o pai já tinha outra mulher e dizia que esta agora é que era a sua família. A mãe já tinha outro homem e dizia o mesmo que o pai.
E eu, qual a minha posição no meio disto tudo, pensou a menina. Se calhar só posso ter uma família quando me juntar a um homem.
Como não quis ir com nenhum, o que causou problemas, os progenitores com o acordo dos novos parceiros, resolveram que a menina deveria ser tratada por um psicólogo, que naturalmente deveria ser crente, pois estava a tornar-se uma rebelde e uma criança problemática, e não sabiam porquê, porque ela tinha tudo.